Eu imagino que você teve lá os seus motivos para partir. E partiu. Deu um último beijo na sua mãe, deu um último abraço na sua avó, pegou suas malas, colocou a mochila nas costas respirou fundo e foi. E isso é, com o perdão do exagero, maravilhoso.
Portanto, coragem eu sei que você teve e continua tendo certo?! Pois é, mas sabe o que eu não consigo compreender? Eu realmente não entendo quem vai morar fora e reclama de tudo. Deixa eu explicar melhor.
Eu me mudei porque queria mudança
Eu moro em Portugal há alguns anos e, quando decidi morar aqui, não pretendia encontrar as mesmas pessoas, a mesma cidade, as mesmas comidas, as mesmas músicas, os mesmos cheiros e tantas mesmas coisas que eu tinha onde eu morava antes. E sabe por quê? Porque eu acredito que quando a gente se muda, a gente também precisa mudar e, principalmente, travar uma batalha lascada para se adaptar.
Por exemplo: aqui em Portugal basicamente faz sol durante cinco meses e chove durante sete meses. Desde que o mundo é mundo e durante todos os anos que eu estou aqui é assim. Ou seja, eu posso me adaptar a isso ou reclamar disso para sempre. Pela minha saúde mental, eu sempre opto pela primeira opção e adaptação é palavra de ordem na minha vida morando fora.
livro “Morar Fora: sentimentos de quem decidiu partir”
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Saudade é uma coisa, chatice é outra
Claro que eu tenho todo o direito do mundo, enquanto brasileiro que sou, de sentir saudade de uma boa feijoada. Porém, ao invés de ficar reclamando que aqui em Portugal a feijoada não é um prato típico, eu posso procurar um restaurante para matar a saudade ou até mesmo tentar fazer uma feijoada em casa.
E com o clima é a mesma coisa. Se eu quisesse continuar com o clima que eu já conhecia e estava completamente adaptado eu jamais teria saído da minha cidade no Brasil e, quem sabe, nem do Brasil. Ora, se eu desejo mudança, será que eu não preciso mudar também? E será que não é necessário ter o coração (e principalmente a mente) aberto para me adaptar ao novo?
Pra onde eu olho tem gente reclamando
Não sei se é só comigo, mas eu tenho a sensação de que pra onde eu olho tem gente reclamando. Ou é do frio, ou é da chuva, ou é do calor, ou é da seca, ou é do valor do euro, ou do preço das passagens… enfim, é muito tempo dedicado para reclamar e pouco para a adaptação.
Morar fora: preguiça, medo ou esperança?
Tente se ouvir
Se você já mora fora e costuma reclamar de tudo no novo país ou na nova cidade onde está, tente se ouvir. Tente, nem que seja por um minuto, conversar com você mesmo e notar como é chato ter que aguentar as suas reclamações. Espero que, ao fazer isso (de se ouvir), você mude e pare (ou apenas diminua a intensidade) de reclamar. Pare de gastar sua energia reclamando e tente focar seus esforços em se adaptar.
Morar fora: entre o agora e o para sempre
Ao que ainda não partiram
Para você que ainda não partiu, mas está morrendo de vontade de morar fora lembre-se: se você quer ter a mesma vida (incluindo o clima) que sempre teve, fique exatamente onde você está. Saiba que morar fora é, antes de tudo, ter noção de que vai acontecer uma mudança completa, não só geográfica, mas principalmente no âmbito pessoal.
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O novo é desafiador
Morar fora é trabalhar com a menina que usa véu e que vai ser uma grande amiga, é se esforçar para explicar para o oriental como é o ocidente. Morar fora é aprender a ser tolerante, a respeitar diferentes culturas, a falar uma nova língua, a abrir a mente, mas principalmente o coração.
Se você tem medo de evoluir, talvez a aventura de morar fora não seja para você. Me desculpe a sinceridade, mas morando fora você vai aprender, nem que seja levando porrada que: ou você muda ou você volta.
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