Pesquisa da Microsoft mostra que Síndrome de Burnout aumentou com a pandemia do coronavírus.
Cansaço excessivo e esgotamento profissional. Jared Spataro, vice-presidente corporativo da Microsoft 365, publicou um estudo que mostra que a Síndrome Burnout aumentou com a pandemia. O relatório apresentado é sobre as relações de trabalho e o bem-estar dos funcionários da Microsoft seis meses após o início da pandemia do coronavírus.
O que é o Burnout?
A Síndrome de Burnout é uma perturbação de ordem psicológica causada pelo estresse excessivo devido a uma sobrecarga ou excesso de trabalho. Desse modo, em inglês, Burnout significa “queimar até ao fim” e está relacionada ao excesso de trabalho. Além disso, surge quando há um esgotamento físico e mental dos profissionais.
Isso acontece por conta de uma vida profissional muito desgastante e sobrecarregada. Sendo assim, leva o indivíduo a ficar incapaz de desempenhar tarefas quotidianas simples tais como ir para o trabalho.
Contudo, o Burnout pode ser considerado uma resposta bastante complexa à exposição a um estresse profissional prolongado ou até crônico.
Conheça quais são as 15 melhores empresas para trabalhar na Europa em 2020.
Pesquisa da Microsoft
O relatório publicado pela Microsoft fez questão de analisar como a pandemia afetou o bem-estar no trabalho em todo o mundo. De acordo com Spataro, o burnout aumentou com a pandemia. Desse modo, a multinacional estudou como os padrões de produtividade dos times da Microsoft foram afetados e mudaram desde o início de 2020.
A pesquisa contou com a participação de mais de 6 mil colaboradores. Dessa maneira, tanto os colaboradores que atuam remotamente e os funcionários da Microsoft que trabalham presencialmente em oito países participaram.
Contudo, os países que aparecem no estudo são: Austrália, Brasil, Alemanha, Japão, Índia, Cingapura, Reino Unido e Estados Unidos.
Mudanças drásticas em apenas seis meses
Seis meses depois do início da pandemia, Jared Spataro diz que o Coronavírus trouxe mudanças que afetarão a companhia “[…] para sempre”. Pensando nessas mudanças, o vice-presidente corporativo da Microsoft 365 afirma que a multinacional se dedica profundamente ao estudo e entendimento desse novo mundo de trabalho.
Para Spataro, as principais conclusões da pesquisa feita pela Microsoft são:
- A pandemia aumentou o esgotamento profissional – em alguns países mais do que em outros;
- As causas do estresse no local de trabalho são diferentes para funcionários presenciais e remotos;
- Em seis meses aumentou a comunicação e diminuíram as fronteiras comunicacionais (e isso é um problema);
- Estudos mostram que a meditação pode combater o esgotamento e o estresse durante o dia de trabalho.
Você pode gostar: saiba como desenvolver o autoconhecimento e investir na sua carreira.
Esgotamento profissional aumentou com a pandemia
Para Jared Spataro, se você tem se sentido sobrecarregado(a) no trabalho recentemente, você não está sozinho(a). Mais de 30% dos profissionais da Microsoft (presencial ou remotamente), surgem no estudo dizendo que a pandemia aumentou sua sensação de esgotamento no trabalho.
A pesquisa feita pela empresa mostra que todos estão vivenciando esta época de pandemia de maneira diferente. Por exemplo, 44% dos colaboradores brasileiros estão se sentindo mais exaustos, em comparação com 31% nos Estados Unidos e 10% na Alemanha.
Veja também quais são os melhores sites para procurar emprego nos Estados Unidos.
Contudo, embora o esgotamento profissional possa ser atribuído a muitos fatores, o gráfico abaixo explora como os dias de trabalho mais longos impactam os sentimentos de esgotamento. Por exemplo, os trabalhadores da Austrália viram o maior aumento na extensão do dia de trabalho nas equipes 1 da Microsoft (45%), com aumento médio de burnout.
Entretanto, os trabalhadores na Alemanha viram muito pouca mudança na duração do dia de trabalho ou sensação de esgotamento.
As causas de estresse são diferentes
Os colaboradores da Microsoft foram solicitados a classificar seus principais motivos para o estresse no local de trabalho (tanto remotamente quanto presencialmente) em uma lista de doze opções.
O principal fator de estresse compartilhado globalmente foi:
- A preocupação em obter COVID-19
- Falta de separação entre trabalho e vida pessoal
- Sensação de estar desconectado dos colegas de trabalho
- Carga de trabalho ou horas incontroláveis.
Para entender como os motivos de estresse são diferentes entre os funcionários presenciais e os que estavam remotos, a empresa foi adiante na pesquisa. Desse modo, entendeu que o estresse para os funcionários presenciais são, basicamente, a preocupação em serem contaminados com o COVID-19.
Veja também: carreira profissional e mercado de trabalho na Europa pós-pandemia.
Entretanto, o estudo descobriu que quase 30% dos trabalhadores presenciais não receberam da empresa a tecnologia ou o equipamento de proteção de que precisam para se distanciar socialmente.
Porém, no caso dos trabalhadores remotos os principais motivos de estresse apontados foram a falta de separação entre o trabalho e a vida pessoal e o sentimento de desconexão e distância dos colegas de trabalho.
Mais comunicação e menos limites – burnout aumentou com a pandemia
Foram identificados como principais problemas para os trabalhadores remotos a falta de separação entre trabalho e vida pessoal, juntamente com horas de trabalho incontroláveis.
Desse modo, dados da pesquisa mostram que, mesmo seis meses depois dos primeiros pedidos para trabalho em casa (trabalho remoto), as pessoas estão em um número significativamente maior de reuniões, recebendo mais ligações e gerenciando mais chats do que antes da pandemia.
Além disso, os bate-papos fora do horário, ou entre 17h e meia-noite, também aumentaram. Talvez o mais interessante é que a parcela de usuários do Teams (produto da Microsoft) que enviam esses chats após o expediente mais do que dobrou.
Para o vice-presidente corporativo da Microsoft 365, atualmente há um grupo de colaboradores que dificilmente trabalhava depois das 17h antes da pandemia que está fazendo isso agora.
Meditação pode combater o esgotamento e o estresse durante o dia de trabalho
Sete em cada 10 colaboradores da Microsoft (70%) disseram na pesquisa que a meditação pode ajudar a diminuir o estresse relacionado ao trabalho. Entretanto, o número aumentou para 83% para aqueles que gerenciam creches ou ensino doméstico.
Não deixe de ler: Toronto: a nova superpotência tecnológica que pode se tornar o Vale do Silício.
Além disso, a pesquisa confirma que a meditação pode diminuir o estresse e o esgotamento e melhorar a capacidade de reagir a um feedback negativo, por exemplo. Dessa maneira, para Jared Spataro é essencial que a multinacional seja capaz de trazer experiências com curadoria de meditação, inclusive para as equipes remotas e que atuam virtualmente.
Ouça também o nosso Podcast Partiu Morar Fora: