A inflação na zona do euro bateu um novo recorde e os preços ao consumidor aumentaram impulsionados pela energia e alimentos. Saiba tudo!
A inflação na Zona do Euro bateu um novo recorde, porém ainda está longe do máximo previsto por especialistas. Ou seja, a expectativa é mais negativa e especialistas indicam que a União Europeia e os países que compõem a Zona do Euro tenham uma inflação de dois dígitos em breve, algo que nunca aconteceu nas últimas décadas. Saiba tudo sobre a inflação na Europa e os motivos que estão fazendo a economia colapsar.
Inflação na Zona do Euro
O Banco Central Europeu (BCE) vem publicando relatórios econômicos que mostram que a inflação na Zona do Euro já aumentou e vai aumentar ainda mais. Por conta disso, já foi anunciado uma série de grandes aumentos nas taxas de juros, o que demonstra que uma recessão profunda se aproxima e é cada vez mais certa. E motivos não faltam: o conflito no continente é apontado como uma das principais causas, assim como a maior seca dos últimos 500 anos.
A guerra, iniciada em fevereiro de 2022, jogou o preço do gás nas alturas. Empresários da Zona do Euro viram suas contas de gás triplicarem nos últimos meses, assim como a de energia elétrica. Para piorar as coisas, o continente europeu passa por uma seca devastadora, a maior dos últimos 500 anos, o que fez com que os preços dos alimentos, que já vinham aumentando, subissem mais do que o esperado no mês de agosto. Porém, novos aumentos já estão a caminho.
Trem noturno na Europa: projeto vai conectar mais de 200 cidades.
Banco Central Europeu em estado de alerta
As péssimas decisões dos governantes europeus resultou em preços altos e baixo crescimento. Essa combinação, em termos econômicos, é chamada de estagflação. Por isso, o Banco Central Europeu agora parte para jogadas e decisões difíceis que já estão tendo graves repercussões na vida dos 340 milhões de habitantes da Zona do Euro. De ressaltar que hoje o Euro (€) é a moeda oficial de 19 dos 27 países que compõem a União Europeia.
Apesar de todos os países que fazem parte da União Europeia integrarem a União Econômica e Monetária (UEM), grande parte deles, mas não todos, trocaram suas moedas nacionais pelo Euro.
Desse modo, os 19 países que aderiram ao Euro formam a Zona do Euro. Conheça quais são os países da Zona do Euro: Áustria, Bélgica, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.
Imigrar para trabalhar na Europa: novas regras em países europeus.
Decisões difíceis e futuro incerto
O Banco Central Europeu (BCE) e os líderes dos países que compõem a Zona do Euro estão entre a cruz e a espada. Se estimularem a economia e injetarem mais dinheiro o resultado é mais inflação e bancos com a credibilidade abalada, o que contradiz o BCE e contraria seus próprios fundamentos de combater a inflação. Porém, uma política econômica mais apertada e ajustada prejudica ainda mais o crescimento, colocando a economia e os empregos em risco.
Os técnicos e especialistas que são responsáveis pela formulação de políticas vão ter que atuar para conter a inflação e, para isso, já decidiram aumentar as taxas de juros nos próximos meses. O resultado é uma elevação nos custos dos empréstimos que são realizados por instituições financeiras para empresas, famílias e governos, mesmo em uma situação em que a situação financeira é crítica.
Morar e estudar no Porto: cidade portuguesa eleita a mais acessível da Europa.
Recorde na inflação na Zona do Euro
A inflação na Zona do Euro e que foi medida nos 19 países chegou aos 9,1% em agosto de 2022. Em julho o índice já estava alto, mas em 8,9%. De novo ocorreu uma superação nas expectativas doa analistas e em setembro o aumento deve ser ainda maior.
Apesar do significativo aumento dos preços dos alimentos e na energia não ter sido surpreendente, é o aumento persistente dos preços subjacentes que causam grande preocupação.
Para curiosidade: os preços subjacentes resultam da inflação subjacente, que é uma maneira de medir o aumento e a diminuição dos preços dos produtos. Contudo, o índice não considera eventos sociais e políticos, como a guerra por exemplo, mas sim as mudanças que ocorrem e que influenciam diretamente os preços dos bens de consumo que são produzidos e importados para um país, considerando a oferta e demanda.
Leia também: conheça os erros mais comuns de brasileiros na primeira viagem de trem pela Europa.
*Aproveite para ouvir também o Podcast Partiu Morar Fora:
Recessão na Zona do Euro
É fato que a recessão na Zona do Euro está ocorrendo e que as economias não vão crescer como o esperado nos próximos meses e até anos. Além disso, o aumento impressionante no custo da energia elétrica (chegou a aumentar 80% na Escócia) na Europa já está fazendo com que muitas famílias aumentem a preocupação com a chegada dos meses frios no Hemisfério Norte e a necessidade de aquecer suas residências.
Declínio da população na Europa: União Europeia com menos habitantes pelo segundo ano consecutivo.
Entretanto, a produção industrial já está sendo impactada de maneira direta e muitos setores estão reduzindo a produção. Desse modo, mais uma vez (depois da pandemia) haverá desequilíbrio entre a oferta e a demanda, aumentando a inflação. Ainda que a União Europeia tenha colocado em prática medidas para conter os custos com energia, como por exemplo criando um teto de preço, a inflação já está alta há algum tempo e talvez essa política de contenção não surta o efeito desejado.
Para finalizar é o mercado de trabalho e o emprego que preocupam, pois mesmo que os índices de emprego estejam batendo recordes em diversos países europeus, a falta de profissionais é sentida em muitos setores (se não todos).
Com isso, com a inflação e a pouca mão de obra, é uma questão de tempo para que os salários aumentem trazendo outra situação grave: a espiral preços-salários. É esperar para ver, mas idealmente se preparar para tempos difíceis.
*Veja mais vídeos sobre a Europa no nosso canal do Youtube e inscreva-se: